lunes, 19 de noviembre de 2007

Madona ou Vênus de Willendorf

por Raquel Dourado
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Como imaginar que um dia uma sociedade humana tenha sido matriarcal? Com seus seios fartos, ventre saltado e nádegas volumosas, a pequena escultura da Vênus de Willendorf explica a grande fascinação dos artistas pré-históricos pelo feminino, já que, no mesmo período, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras artísticas masculinas. Surpreendente, não??? Talvez muito, afinal, a característica feminina adorada pelos primitivos, a capacidade de gerar a vida, foi importantíssima para a construção do estereótipo da mulher ao longo dos séculos: a máquina reprodutiva de um macho e Senhor. Não!!! Não!!! Não é exagero!!! Quantas culturas existentes, ainda hoje, proíbem o orgasmo feminino, dilacerando suas vontades e até seu clitóris? A quantas mulheres é proibido o simples ato de ler e instruir-se? De trabalhar? De ocupar cargos políticos? De mostrar a face?

A Madona perdeu seu significado quando o homem primitivo descobriu seu papel na reprodução humana: o doador da “semente da vida”. Desde então, a divindade feminina ruiu. Toda uma delicada mistificação foi perdida em meio à ascensão do macho ao estrelato, figura FUNDAMENTAL à sobrevivência da espécie humana. TOLOS!!! Não sabem eles que a culpa é toda e inteiramente deles quando a mulher não lhes gera um filho homem. Não sabem eles também, que num futuro muito próximo, com o avanço da engenharia genética, as mulheres não precisarão mais dos genes masculinos para se reproduzir, reproduzirão entre elas. Ressurgirá, então, a divindade feminina, figura FUNDAMENTAL à sobrevivência da espécie humana. HAHA!!! Que ironia do destino!!! Quero estar viva para ver!!!