Não era dia e nem era noite. Num final de tarde de verão eles estavam sentados estáticos, sem emitir nenhum som na beira da estrada. Estrada que era o elo de ligação. Minutos antes de ficarem nesse completo silêncio ela disse que iria embora para longe, que tinha que descobrir o mundo além daquele. Então o silêncio foi quebrado:
- Mas você volta?, disse Marcelo Augusto.
- Claro... e estarei te esperando nessa estrada no dia 11 de Outubro de 2012 nessa estrada pela manha.
Ele abaixou a cabeça, pegou seu cavalo e saiu.
Marcelo seguiu sua vida, jamais esquecera daquele dia, daquela hora. Muita coisa tinha mudado na sua vida durante o percurso desse tempo. Menos uma coisa. Sem ela seu coração sofria dormente, ele era feliz, sorria e brincava. Mas não dava pra segurar somente com ele tanto amor. Ele estava calmo porque entendia o que estava acontecendo. Obviamente, sem saber notícias de nada, Marcelo Algusto sentava-se no seu quintal e pensava se realmente ela iria voltar. O tempo não ajudava e destruia tudo. Ele tentou esquece-la, mas não conseguia, só a queria para ele noite e dia.
Ao acordar, levantou-se com dificuldade, estava com sono. Sua visão foi se estabilizando, quando deu de cara para o seu calendário marcado com uma tinta vermelha. O dia era 10 de Outubro de 2012. O mundo não tinha acabado. As horas não passavam.
Não era noite e nem era dia. Num início de manha ele pegou seu cavalo e foi para a estrada. Se pudesse iria a 200km/h. Estava voando, seu olhar estava perdido. Pensativo.
Ao chegar na estrada, lá estava ela. Rosalva Cristina, seu amor.
O clima não era de amor, naquele encontro. Medo era o sentimento certo.
- Então..., disse ele.
- E então?, disse ela.
Ele respirou fundo e disse que ainda a amava e queria um recomeço de tudo.
Ela sorriu e depois chorou.
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