lunes, 23 de enero de 2017

Limpeza cultural

Recentemente empossado como novo prefeito da maior cidade da América do Sul, João Dória lança o programa "cidade limpa". A princípio uma boa ideia, afinal estamos falando de uma das localidades mais poluídas (em vários sentidos) do país. Contudo, esta semana a equipe de limpeza começou a apagar, com tinta cinza, os grafites feitos no centro da cidade, sobretudo na rua 23 de maio, onde se localiza o maior mural dessa arte na América Latina. Uma aberração. Essas obras estampadas nas ruas dão vida a cidade e representa o trabalho de artistas populares que dão identidade à selva de pedra. Além de arte, essas pinturas são patrimônio da cidade. Obras de alguns artistas brasileiros desse estilo são valiosas, inclusive economicamente. Sabe-se que onde há obras de grafite não há pichação, sendo também um serviço social que atrai jovens para a arte, principalmente possíveis pichadores. Esse fato não é limpeza urbana, nada mais é do que uma limpeza cultural e etnica típica de políticas atribuídas aos modelos sociais mais sombrios que passaram por esse planeta. Por favor, pare, Sr. Dória!

 

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