Eramos a pequena fogueira e eu.
Sempre repudiei a ideia de guardar lembranças materiais do passado, apoiava—me na teoria de que esse hábito impediria o melhor aproveitamento do futuro. No entanto, aquela lata pitoresca continuava na minha estante superlotada de lembranças, na forma de cartas, do passado. Paradoxalmente à minha ideologia, não conseguia de nenhuma maneira apagar da história seu conteúdo. Em consequência dessa contradição, evitei por muito tempo refletir sobre o motivo, provavelmente por medo. Hoje não consegui. Após tentar verificar todos os possíveis motivos, através de intensiva reflexão e meditação cheguei a conclusão que o pensamento inicial estava correto. Decidi me livrar dessas correntes. Foi muito bom ler novamente as palavras daquelas pessoas, seus contos, os momentos. Melhor ainda foi ver as chamas que, dançando, envolviam o emaranhado de papéis. A libertação.
sábado, 16 de marzo de 2013
O eco
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