martes, 27 de mayo de 2014

Circuito fechado, circuito aberto

É bom deitar na cama com sede de preguiça e ligar o televisor para ver um bom filme. Nós trabalhamos (e muito) para aproveitar momentos assim. Os novos recursos tecnológicos - mesmo os fúteis, que até são mais legais -, as guloseimas das gôndolas dos supermercados, falar mal de quem não nos escuta: os pequenos prazeres merecem o adjetivo. De repente uma voz grita e sabota toda nossa noção de mundo e eletrifica o nosso sistema nervoso. Finalmente criamos coragem e levantamos a cortina da realidade e percebemos uma complexidade de interações perversas que nos constroem. É doloroso. Somos todos escravos de um sistema de interesses econômicos que envolve atores em todo o globo conectados por redes de transporte e comunicação modernos. Estados, Igrejas, Corporações: todas nos estupram em favor da manutenção desse sistema inteligentemente maquiado de cordeiro. Conflitos, guerras, fome, exploração, corrupção, emoções, produção e consumo. O drama da nossa espécie irracional, uma dentre bilhões de outras espécies que coabitam este planeta. A vida e o firmamento. Neste planeta que orbita uma pequena estrela local, no cantinho de uma galáxia no universo, em cosmos composto de infinitas estrelas com seus infinitos mundos. Ao que tudo indica, apenas mais um universo em um conjunto de "multiversos" que extrapolam nossa noção de espaço e tempo.