Eu sou indígena, negro, branco. Sou senhor e senhora de ambos os sexos, do campo e da favela, eu sou a diversidade humana porque sou humano. Os diferentes modos de vida nos trazem a verdadeira riqueza que nos ensina e engrandece. Cada cor, cada cheiro e sabor. Os sons, linguagens e formas afetivas. O que é feio e bonito? De maneira grotesca um pequeno grupo de pessoas, em nome do lucro e poder, decidiram que seu modo de vida é superior às outras formas e deveria ser implementada a todos. Essa gente, através do colonialismo e neocolonialismo imposto a fogo e sangue, nos corrompeu, roubou e destruiu. Aqui no Brasil, as várias linguagens, espiritualidades e culturas que existiam aqui foram substituídas. Falamos uma língua europeia, a maior parte da população segue a religião cristã imposta. Violentados e alienados fazemos o jogo desses canalhas e não progredimos para a libertação em nome da preservação dos velhos costumes e tradições. Que tradições? aquela nos enfiada pelo rabo. Tristes técnicas imperialistas e fascistas que nos afastam. As pessoas podem ser felizes de várias maneiras, sem necessariamente seguir o roteiro das novelas de televisão. A família nos conforta e acolhe, portanto devemos apoia-la através da aceitação das suas variadas formas. Não gosta dos homossexuais? Tudo bem, basta você não ter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo, - mas não os impeça de serem felizes e montarem suas próprias famílias. É contra o aborto? Tudo bem, não o faça quando for gestante, - mas não deixemos nossas mulheres morrerem sem apoio em açougues clandestinos. É contra as drogas? Ótimo, não use, - mas não podemos jogar nossos irmãos, em um momento tão delicado, em cadeias. Precisamos cuidar das pessoas, da nossa família. Nos esquecemos que um dia fomos um só povo. Mais além, todos os seres vivos tem um mesmo ancestral em comum. Somos todos (eu, você, a árvore, a formiga, o peixe) uma só família: diversa.